As campanhas de vacinação em vários países ocidentais permitem aos governos iniciar uma tímida reabertura, enquanto em algumas regiões do planeta, especialmente na Índia, o vírus continua provocando estragos.
A pandemia de covid-19 matou quase 3,3 milhões de pessoas no mundo e infectou 158 milhões, de acordo com um balanço da AFP com base em números oficiais dos países.
No Reino Unido, o país mais afetado da Europa com 127.000 vítimas fatais, o primeiro-ministro Boris Johnson deve confirmar à tarde novas flexibilizações das medidas restritivas a partir de 17 de maio.
Os britânicos devem ser autorizados a organizar encontros em locais fechados com até seis pessoas. Pubs e restaurantes poderão atender nos salões fechados, após a reabertura das áreas a céu aberto.
Desde o início da campanha de vacinação em dezembro, mais de 35 milhões dos 68 milhões de britânicos receberam pelo menos uma dose de vacina contra a covid.
Na Espanha, o estado de alerta sanitário chegou ao fim no domingo. Os cidadãos foram autorizados a sair de suas regiões ou a organizar encontros nas ruas.
Mas as imagens de pessoas celebrando e bebendo nas ruas de Madri e Barcelona, muitas delas sem máscara ou distanciamento de segurança, provocaram um impacto e reações da classe política.
“O fim do direito de exceção não significa o fim das restrições. A ameaça do vírus persiste. Por isto as autoridades devem seguir atuando e os cidadãos se comportando com responsabilidade”, escreveu o ministro da Justiça, Juan Carlos Campo, em um artigo publicado no jornal El País.
Na Alemanha, mais de sete milhões de pessoas vacinadas são beneficiadas pela flexibilização das normas sanitárias, como reuniões em grupo ou entrar em qualquer loja sem a necessidade de apresentar um teste negativo.
A suspensão progressiva das restrições envolve todos os âmbitos na Europa. A Grécia reabriu nesta segunda-feira todas as escolas que estavam fechadas há seis meses e aguarda o início da lucrativa temporada turística em 15 de maio.
Em Ravena (norte da Itália), a Filarmônica de Viena enviou uma mensagem de amor no domingo à noite ao retomar as apresentações diante do público. “Foi emocionante. Voltar a receber público no teatro”, afirmou o prefeito, Michele De Pascale.
Incerteza sobre a AstraZeneca na Europa
No âmbito das vacinas, a União Europeia (UE) não renovou até o momento o contrato com a AstraZeneca a partir do mês de junho, anunciou no domingo o comissário europeu de Indústria, Thierry Breton, que não explicou se esta é uma decisão definitiva.
O ministério belga da Saúde destacou que a decisão da Comissão não tem relação com a eficácia do fármaco, e sim com “a falta de confiabilidade das entregas do laboratório”, com o qual a UE mantém várias disputas.
A UE já renovou os contratos sobre a vacina do laboratório alemão BioNTech, que nesta segunda-feira afirmou que seu fármaco, desenvolvido em parceria com a Pfizer, não exige modificações para lutar contra as novas variantes da covid-19.
Um comitê de especialistas do governo da Noruega se pronunciou nesta segunda-feira contra a autorização das vacinas anticovid da AstraZeneca e da Johnson & Johnson (J&J), devido ao risco de efeitos colaterais graves, embora raros.
Especialistas da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) devem visitar nesta segunda-feira a Rússia para inspecionar as fábricas de produção da vacina Sputnik V, etapa prévia de uma eventual aprovação do uso do fármaco no bloco europeu.
Recordes diários de mortes
Em outras regiões do mundo, a pandemia registra uma aceleração. A Índia contabiliza recordes de mortes e contágios. Mais de 246.000 pessoas morreram no país, 3.754 delas nas últimas 24 horas.
Em um momento de incerteza sobre a eficácia das vacinas contra a variante indiana, o país, maior produtor mundial de vacinas, administrou duas doses em apenas 2 2% de 1,3 bilhão de habitantes.
Na América Latina, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou que dará vacinas aos prefeitos de Honduras que pediram ajuda.
No Brasil, que registra mais de 422.000 mortes, o presidente Jair Bolsonaro liderou uma grande caravana de motociclistas em Brasília no domingo, em uma nova mobilização de seus apoiadores para apoiar seu governo, sob pressão por sua questionada gestão da pandemia.