Todos os anos, o Fórum Econômico Mundial (FEM) lança uma nova edição do relatório “Global Gender Gap”. O estudo tem como objetivo classificar os países com mais igualdade de gênero no mundo, e se baseia em quatro indicadores principais: Participação Econômica e Oportunidade, Acesso à Educação, Saúde e Sobrevivência e Empoderamento Político. Dessa forma é possível mensurar os países com as melhores práticas em prol da igualdade de gênero e classificá-los de acordo com as melhores condições para mulheres.
Contudo, os últimos relatórios revelaram um dado preocupante: a desigualdade de gênero voltou a crescer pela primeira vez no mundo, após uma década de avanços. O estudo do FEM apontou que, caso o ritmo atual seja mantido, será necessário mais de um século para reduzir a diferença de gênero em escala global.
Entretanto, alguns países têm demonstrado que é possível adotar medidas efetivas para mitigar as desigualdades de gênero e transformar a realidade local. Confira quais são eles e o que eles têm feito para garantir condições de existência mais justas para as mulheres:
Islândia
A Islândia é imbatível no ranking do Global Gender Gap. Nos últimos 12 anos, o país ocupou com louvor o primeiro lugar no estudo e demonstrou que é totalmente viável elaborar políticas públicas voltadas para a igualdade de gênero e aplicá-las para criar um ambiente menos machista.
Em 2018, por exemplo, o país colocou em vigor uma lei que exige a igualdade salarial entre homens e mulheres. De acordo com a legislação, todas as empresas privadas e agências governamentais com mais de 25 funcionários são obrigadas a obter uma certificação oficial que comprove as políticas de igualdade salarial.
Sendo assim, colaboradores que exercem a mesma função, independentemente do gênero, são remunerados igualmente.
Finlândia
No relatório de 2021, a Finlândia subiu uma posição e garantiu o segundo lugar no ranking de países com mais igualdade de gênero. O progresso, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, se deve ao aumento da quantidade de mulheres na política, em conformidade com o pilar de Empoderamento Político do Global Gender Gap.
O número de mulheres em cargos ministeriais saltou de 37,5% para 50%. Além disso, a Primeira-Ministra do país também é uma mulher, assim como 47% dos parlamentares – a 9ª maior participação feminina do mundo.
Por fim, a melhoria sobre a Participação Econômica e Oportunidade também foi essencial para a ascensão da Finlândia. Uma área importante de avanço é o aumento da presença de mulheres em cargos seniores e gerenciais, onde as mulheres representam atualmente 36,9% do total.
Noruega
A Noruega é mais um país que sempre figura entre os países com mais igualdade de gênero no mundo. Apesar de ter caído uma posição, continua sendo o terceiro país mais igualitário em questão de gênero mundialmente.
Entre as principais áreas de avanço da Noruega está o Empoderamento Político, que subiu 4 pontos percentuais com relação ao relatório anterior. Essa melhoria deve-se, principalmente, ao fato de que o país teve uma mulher como chefe de estado no período e também um aumento na participação de mulheres no parlamento – o número subiu de 40,8% para 44,4%.
Vale destacar que a Noruega já conseguiu fechar 100% das lacunas no indicador Acesso à Educação, além de ter acabado com 96,4% das disparidades de gênero em Saúde e Sobrevivência.
Nova Zelândia
A quarta posição do ranking Global Gender Gap ficou com a Nova Zelândia. Um dos principais motivos para o país ser considerado um dos países com mais igualdade de gênero no mundo é o fato de que, dos últimos 50 anos, 14,1 tiveram uma mulher como chefe de Estado.
O Empoderamento Político é um fator muito relevante para o ranking do Fórum Mundial Econômico, afinal, quem tem o poder de criar leis e normas mais igualitárias que diminuem as desigualdades de gênero são as pessoas que estão no poder. Portanto, é extremamente importante que exista diversidade dentro da política.
Outro índice que avançou na Nova Zelândia foi a participação das mulheres no mercado de trabalho e a diminuição nas diferenças salariais e de renda entre homens e mulheres – ambos no indicador Participação Econômica e Oportunidade.

Suécia
Por fim, temos a Suécia como o 5º melhor país no ranking de países com mais igualdade de gênero no mundo. O que trouxe o país nórdico a essa posição foi a melhora no índice de Participação Econômica e Oportunidade, que subiu dois pontos em relação ao último relatório.
O país apresentou uma das menores diferenças de renda estimada entre os gêneros no mundo, além de ter aumentado o número de mulheres em cargos de liderança e de mulheres em conselhos de empresas.
Além disso, uma informação muito importante é que a Suécia é um dos países que mais oferece igualdade de gênero no cuidado com as crianças. 78% dos salários brutos anuais são cobertos durante a licença maternidade e o investimento público em creches é de 1,6% do PIB (perdendo apenas para a Finlândia).
O Brasil, infelizmente, despencou no último Ranking da Igualdade de Gênero divulgado pelo Fórum Econômico Mundial. O país saiu da 67ª posição que ocupava em 2006, para o 93º lugar, em 2021.